Projeto da Sala
Multifuncional.
Professoras: Vera Brito e Sandra Santos
1 Definição de Atendimento Educacional
Especializado
O atendimento educacional
especializado nas salas de recursos multifuncionais se caracteriza por ser uma
ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao longo do
processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola
para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos
alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
O atendimento educacional
especializado constitui parte diversificada2 do currículo dos alunos com
necessidades educacionais especiais, organizado institucionalmente para apoiar,
complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. Dentre as
atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional
especializado em salas de recursos se destacam: o ensino de Libras, o sistema
Braille3 e o Soroban4, a comunicação alternativa, o enriquecimento curricular,
dentre outros.
Além do atendimento educacional
especializado realizado em salas de recursos ou centros especializados, algumas
atividades ou recursos devem ser disponibilizados dentro da própria classe
comum, como, por exemplo, os serviços de tradutor e intérprete de Libras e a
disponibilidade das ajudas técnicas e tecnologias assistias, entre outros.
Nesse sentido, o atendimento
educacional especializado não pode ser confundido com atividades de mera
repetição de conteúdos Programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas deve
constituir um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de
apropriação e produção de conhecimentos.
2 Objetivo Geral
Apoiar os professores que tem na sala
comum alunos com necessidades educativas especiais, bem como atender esses na
sala para aprimorar o seu processo de ensino aprendizagem, sanando dificuldades
das séries anteriores.
3 Objetivos Específicos
-Auxiliar os professores em busca de
alternativas para realizar um bom trabalho os alunos com NEE.
-Atender individualmente os alunos
com NEE para melhorar o seu desempenho em sala de aula.
-Identificar as potencialidades de
cada aluno.
-Realizar um trabalho coletivo com
todo grupo escolar para que se efetive a inclusão.
- Produzir recursos pedagógicos considerando
as necessidades específicas dos alunos.
-Promover ações educativas com vários
setores.
4 Justificativa
Tendo em vista que estamos recebendo
cada vez mais alunos com necessidades educativas especiais e que na
Constituição Federal de 1988, o artigo 205 prevê o direito de todos à educação
e o artigo 208 prevê o atendimento educacional especializado, e a inclusão
escolar, fundamentada na atenção à diversidade, exigindo mudanças estruturais
nas escolas Comuns e especiais viu-se a necessidade de duas professoras
iniciarem o curso de capacitação e todos os demais professores da escola
cursarem uma pós-graduação na área. Também por termos a oportunidade de
recebermos do MEC uma sala multifuncional para o Município.
5 Referencial Teórico
Segundo o Art. 205 da Constituição, a
educação é um direito de todos e dever do Estado e da família; será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. Já no Art. 206, diz que o ensino será ministrado com base no
princípio de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
A escola é o meio mais favorável para
a educação de todas as pessoas. Na riqueza do convívio com a diversidade é que
há o verdadeiro crescimento.
Nunca o tema da inclusão esteve tão
presente no dia-a-dia da educação. Cada vez mais professores estão percebendo
que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio
para a construção do cenário escolar. E não se trata apenas de admitir a
matrícula dessas crianças, isso nada mais é do que cumprir a lei. O que devemos
fazer é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de
aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova
filosofia educativa. Aprender a conviver com as diferenças é um crescimento
pessoal, um passo nas relações interpessoais.
A Declaração de Salamanca, 1994,
afirma que todas as crianças tem necessidades e aprendizagens únicas, tem
direito a ir à escola de sua comunidade, com acesso ao Ensino Regular, e os
Sistemas Educacionais devem implementar programas, considerando a diversidade
humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a criança.
“Escolas regulares com orientação
inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatórias criando comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcançando educação para todos.”
Declaração de Salamanca – 1994
Com o objetivo de tornar a escola um
espaço democrático que acolha e garanta a permanência de todos os alunos, sem
distinção social, cultural, étnica, de gênero ou em razão de deficiência e
características pessoais, o Ministério da Educação implementa uma política de
inclusão que pressupõe a reestruturação do sistema educacional. Atendendo as
necessidades educacionais especiais e respeitando seus direitos, a Sala de
Recursos Multifuncionais favorecerá o processo de inclusão educacional,
trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular à que estão
matriculados, orientando pais e professores.
De acordo com o Parecer CNE/CEB
número 17/2001:
[...] Todos os alunos, em determinado
momento de sua vida escolar podem apresentar necessidades educacionais
especiais, e seus professores em geral conhecem diferentes estratégias para dar
respostas a elas. No entanto, existem necessidades educacionais que requerem,
da escola, uma série de recursos e apoios de caráter mais especializados que
proporcionem ao aluno, meios para o acesso ao currículo.
Além das competências que os
professores necessitam para proporcionar uma educação de qualidade para todos,
muitas vezes, são necessárias ajuda técnicas ou equipamentos específicos
(Tecnologias Assistidas) para atender às necessidades educacionais especiais,
bem como a atuação conjunta de outros profissionais na promoção da
acessibilidade.
A utilização das Tecnologias
Assistidas (Estas) para o “apoderamento” do aluno com necessidades educacionais
especiais, possibilitando ou acelerando o seu processo de aprendizado,
desenvolvimento e inclusão social é uma maneira concreta de neutralizar as
barreiras causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos
para a aprendizagem, proporcionados pela cultura.
A Educação Inclusiva trouxe questões
a serem debatidas, desestabilizou, desacomodou, criou situações que nos fez pensar
e perceber que, mesmo sem alunos visivelmente deficientes dentro da sala de
aula, havia alunos excluídos. Tentar encontrar soluções para que todos tenham
sua chance de aprender e buscar atender as necessidades individuais de cada um,
nada mais é do que sonhar com a escola de qualidade para todos.
... Uma sociedade inclusiva vai bem
além de garantir apenas espaços adequados para todos. Ela fortalece as atitudes
de aceitação das diferenças individuais e de valorização da diversidade humana
e enfatiza a importância do pertencer, da convivência, da cooperação e da
contribuição que todas as pessoas podem dar para construírem vidas comunitárias
mais justas, mais saudáveis e mais satisfatórias. (SASSAKI, 1997, p. 164)
Uma escola inclusiva ajuda a quebrar
o ciclo da exclusão, permite à permanência das crianças nas suas comunidades,
melhora a qualidade do ensino para todos, supera a discriminação e promove uma
inclusão mais ampla, permitindo acesso, permanência, qualidade e equidade.
A escola que submete seus alunos a
uma avaliação padronizada, fabrica hierarquias e gera preconceitos. Como afirma
Perrenoud (2000, p. 22):
...o fracasso escolar não é a simples
tradução lógica de desigualdades tão reais quanto naturais. Não se pode pura e
simplesmente compará-lo a uma falta de cultura, de conhecimentos ou de
competências. Essa falta é sempre relativa a uma classificação, ela própria
ligada a formas e a normas de excelência escolar, a programas, a níveis de
exigência, a procedimentos de avaliação.
Julgamentos de "deficiência",
"retardamento", "privação cultural" e "desajustamento
social ou familiar" são todas construções culturais elaborados por uma
sociedade de educadores que privilegia uma só fôrma para todos os tipos de
“bolos”. E geralmente a forma da fôrma de bolo é determinada pelo grupo social
com mais poder na dinâmica da sociedade. Não é raro se ver dentro do ambiente
escolar a visão estereotipada de que crianças vivendo em situação de pobreza e
sem acesso a livros e outros bens culturais são mais propensas a fracassar na
escola ou a requerer serviços de educação especial. Isto porque essas crianças
não cabem na fôrma construída pelo ideal de escola da classe media, ou ainda,
porque essas crianças não aprendem do mesmo jeito ou na mesma velocidade
esperada por educadores e administradores. Estereótipos perfazem a prática
pedagógica e são resultados da falta de informação e conhecimento que
educadores e administradores tem a respeito da realidade social e cultural,
como também do processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças
atendidas pelas escolas.
A prática de classificar e
categorizar crianças baseado no que estas crianças não sabem ou não podem fazer
somente reforça o fracasso e perpetua a visão de que o problema está no
indivíduo e não em fatores de metodologias educacionais, currículos e
organização escolar. Aceitar e valorizar a diversidade de classes sociais, de
culturas, de estilos individuais de aprender, de habilidades, de línguas, de
religiões e etc, é o primeiro passo para a criação de uma escola de qualidade
para todos.
O projeto de Educação Inclusiva não
pode ser encarado como mero modismo, pois a reflexão sobre o tema vem se
consolidando diante da necessidade de resinificar a educação. Temos que fazer
uma revisão conceitual da ideia que temos da pessoa com deficiência, com altas
habilidades ou superdotada. Estas individualidades não definem o sujeito,
apesar de serem permanentes, precisamos “ver” além da deficiência ou da alta
habilidade, perceber a “pessoa” e tratá-la com tal.
É a partir do reconhecimento e valorização da diversidade que se torna possível incorporar nos sistemas de ensino, nas redes municipais e estaduais, a ideia de que não é admissível manter os padrões de desigualdade verificados no Brasil. Somente com a valorização da diferença é possível reduzir a desigualdade. (DIFERENTES DIFERENÇAS: Educação de qualidade para todos. Dez, 2006.)
Tenho ouvido muitos professores a respeito de inclusão, suas angústias, dúvidas e incertezas. Esta inquietação é o primeiro passo para buscar a mudança, revisar suas metodologias e repensar o objetivo maior da educação. Sabemos que não é fácil abrir mão de antigos conceitos, mas precisamos romper essas barreiras, pois já sabemos dos benefícios da Escola Inclusiva, não apenas para aquele que possui necessidades educacionais especiais, mas para todos, que crescem com a diversidade e, certamente, serão pessoas melhores no futuro.
É a partir do reconhecimento e valorização da diversidade que se torna possível incorporar nos sistemas de ensino, nas redes municipais e estaduais, a ideia de que não é admissível manter os padrões de desigualdade verificados no Brasil. Somente com a valorização da diferença é possível reduzir a desigualdade. (DIFERENTES DIFERENÇAS: Educação de qualidade para todos. Dez, 2006.)
Tenho ouvido muitos professores a respeito de inclusão, suas angústias, dúvidas e incertezas. Esta inquietação é o primeiro passo para buscar a mudança, revisar suas metodologias e repensar o objetivo maior da educação. Sabemos que não é fácil abrir mão de antigos conceitos, mas precisamos romper essas barreiras, pois já sabemos dos benefícios da Escola Inclusiva, não apenas para aquele que possui necessidades educacionais especiais, mas para todos, que crescem com a diversidade e, certamente, serão pessoas melhores no futuro.
...Vygostsky sempre combateu uma
proposta de formação de grupos com igualdade nos perfis, particularmente quanto
a critérios de desempenho intelectual e acadêmico. Para ele, seria através dos
variados contornos individuais que as trocas psicossociais se tornariam
enriquecedoras e contribuiriam para o crescimento de cada um no grupo.
(INCLUSÃO. Revista da Educação Especial.
Ago, 2006)
Precisamos tomar, com firmeza, uma
posição diante do tema inclusão, não apenas no ambiente escolar, mas de forma
totalitária. É prioritária outra visão de desenvolvimento, orientada pela ideia
da democracia, do respeito às individualidades, da equidade e da justiça
social. Somente desta forma, podemos contribuir de maneira efetiva para alguma
mudança nas políticas públicas que assegure educação de qualidade para todos
como um direito universal da sociedade brasileira. Incluir é uma questão ética.
Conforme Pires (2006, p.
30):Participar do processo de inclusão dos excluídos da nossa sociedade, além
de revelar nossa atitude de educadores face às pessoas com necessidades
educativas especiais e perante a sociedade, tal atitude expressa uma função
teleológica voltada para o aperfeiçoamento ético e moral dos indivíduos nessa
reconstrução social.
A inclusão deve ser percebida como
uma responsabilidade coletiva da comunidade escolar. Nesta perspectiva, todos
são responsáveis pelo êxito ou fracasso escolar de cada aluno. O corpo docente,
e não cada professor, deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado
a crianças com necessidades educativas especiais.
A educação inclusiva melhora a
qualidade de ensino para todos, atua como impulsionadora das mudanças das
práticas educacionais nas escolas, desafiando os professores a desenvolverem
novas metodologias para a participação ativa que beneficie todos os alunos.
O que é Sala de Recursos Multifuncionais?
As pessoas com necessidades
educacionais especiais têm assegurado pela Constituição Federal de 1988, o
direito à educação (escolarização) realizada em classes comuns e ao atendimento
educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização, que deve
ser realizado preferencialmente em salas de recursos na escola onde estejam
matriculados, em outra escola, ou em centros de atendimento educacional
especializado. Esse direito também está assegurado na LDBEN – Lei nº 9.394/96,
no parecer do CNE/CEB nº 17/01, na Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de
2001, na lei nº 10.436/02 e no Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
O Atendimento Educacional
Especializado é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as
particularidades de cada aluno com deficiência, altas habilidades ou
superdotado. Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais, ou seja, um
espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e
profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais
especiais, projetadas para oferecer suporte necessário às necessidades
educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. Esse
atendimento deverá ser paralelo ao horário das classes comuns. Uma mesma sala
de recursos, conforme cronograma e horários, pode atender alunos com
deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit
de atenção ou outras necessidades educacionais especiais.
...uma nova gestão dos sistemas
educacionais prevê a prioridade de ações de ampliação do acesso à Educação
Infantil, o desenvolvimento de programas para professores a adequação
arquitetônica dos prédios escolares para a acessibilidade. Preconiza também a
organização de recursos técnicos e de serviços que promovam a acessibilidade
pedagógica e nas comunicações aos alunos com necessidades educacionais
especiais em todos os níveis, etapas e modalidades da educação. ( ALVES, 2006,
p. 11)
Os princípios para organização das
salas de recursos multifuncionais partem da concepção de que a escolarização de
todos os alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, realiza-se em
classes comuns do Ensino Regular, quando se reconhece que cada criança aprende
e se desenvolve de maneira diferente e que o atendimento educacional
especializado complementar e suplementar a escolarização pode ser desenvolvidos
em outro espaço escolar.
Frequentando o ensino regular e o
atendimento especializado, o aluno com necessidades educacionais especiais tem
assegurado seus direitos, sendo de responsabilidade da família, da Escola, do
Sistema e da sociedade.
AS Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, 2001, em seu artigo 2° orientam que: “Os
sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidades
para todos”. (Alves, 2006, p.11)
O atendimento educacional
especializado constitui parte diversificada do currículo dos alunos com
necessidades educacionais especiais, organizado institucionalmente para apoiar,
complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. Dentre as
atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional
especializado em salas de recursos se destacam: o ensino de Libras, o sistema
Braille e o soroban, a comunicação alternativa, o enriquecimento curricular,
dentre outros.
Esse atendimento não pode ser
confundido com reforço escolar ou mera repetição dos conteúdos programáticos
desenvolvidos na sala de aula, mas devem constituir um conjunto de
procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e produção de
conhecimentos.
Os alunos atendidos na Sala de
Recursos Multifuncionais são aqueles que apresentam alguma necessidade
educacional especial, temporária ou permanente. Entre eles estão os alunos com
dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares, os
alunos com dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais,
os alunos que evidenciem altas habilidades/superdotação e que apresentem uma
grande facilidade ou interesse em relação a algum tema ou grande criatividade
ou talento específico. Também fazem parte destes grupos, os alunos que
enfrentam limitações no processo de aprendizagem devido a condições,
distúrbios, disfunções ou deficiências, tais como: autismo, hiperatividade,
déficit de atenção, dislexia, deficiência física, paralisia cerebral e outros.
O professor da Sala de Recursos
Multifuncionais deve atuar, como docente, nas atividades de complementação ou
suplementação curricular específica que constituem o atendimento educacional
especializado; atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para
a definição de estratégias pedagogias que favoreçam o acesso do aluno com
necessidades educacionais especiais ao currículo e a sua interação no grupo;
promover as condições de inclusão desses alunos em todas as atividades da
escola; orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no
processo educacional; informar a comunidade escolar a cerca da legislação e
normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional; participar
do processo de identificação e tomada de decisões acerca do atendimento às
necessidades especiais dos alunos; preparar material específico para o uso dos
alunos na sala de recursos; orientar a elaboração de material
didático-pedagógico que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns
do ensino regular; indicar e orientar o uso de equipamentos e materiais
específicos e de outros recursos existentes na família e na comunidade e
articular, com gestores e professores, para que o projeto pedagógico da
instituição de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educação
inclusiva.
Também, na Sala de Recursos
Multifuncionais, devem estar à disposição dos alunos um arsenal de recursos e
serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de
pessoas com deficiência e, consequentemente promover vida independente e
inclusão, que são chamadas de Tecnologias Assistidas.
A contribuição das Ajudas Técnicas e
das Tecnologias Assistidas para a aprendizagem.
Os alunos com necessidades
educacionais especiais são aqueles que durante o processo educacional,
apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares;
dificuldades de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos
demandando a utilização de linguagens e códigos aplicados; ou altas
habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os levam a
dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Estes alunos precisam ter seus
direitos assegurados, direito de serem tratados como diferentes-iguais, ou
seja, diferente na sua individualidade, na sua condição de deficiente, com
altas habilidades ou de superdotado, iguais por interagir, relacionar-se e
competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptações de acessibilidade
a que se dispõe.
Para possibilitar ou facilitar o
acesso à comunicação e a informação as pessoas deficientes foram criadas
Tecnologias Assistidas que, segundo o isso 9999, são qualquer produto,
instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizado por pessoas com
deficiência e pessoas idosas, especialmente produzidas ou geralmente
disponíveis para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência,
incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia à pessoa com deficiência.
De acordo com Alves (2006, p. 18):
De acordo com Alves (2006, p. 18):
...a lei n° 10.098/00, que trata das
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida, dispôs que o poder público promoverá a
supressão de barreiras urbanísticas, arquitetônicas, de transporte e de
comunicação, mediante ajudas técnicas. Na regulamentação da lei, o art. 61 do
Decreto n°. 5.296/04 definiu: “consideram-se ajudas técnicas os produtos,
instrumentos e equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados
para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistiva”.
São consideradas Tecnologias
Assistivas desde artefatos simples, como uma colher adaptada até sofisticados
programas especiais de computador que visam a acessibilidade.
Muitas vezes a adaptação de recursos
é feita de maneira natural, de acordo com a necessidade e, principalmente
porque alguém se preocupou em buscar soluções rápidas que possibilitassem a
inclusão. Como uma classe que teve suas pernas serradas para diminuir de altura
e ficar ao alcance de uma criança cadeirante ou um mapa contornado com cola
colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sentir. Estes recursos
artesanais, pesquisados e desenvolvidos pelos próprios professores ou pais,
podem fazer a diferença entre poder ou não estudar junto com seus colegas.
As Tecnologias da Informação e da
Comunicação vem se tornando, cada vez mais, instrumentos de inclusão, uma vez
que viabilizam a interação do sujeito com o mundo.
Há uma grande variedade de materiais
e recursos pedagógicos que podem ser utilizados para o trabalho na Sala de
Recursos Multifuncionais ou até na sala de aula regular, entre eles
destacam-se: os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a
criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento; os
jogos adaptados, como aqueles confeccionados com simbologia gráfica, utilizada
nas pranchas de comunicação correspondentes à atividade proposta pelo professor;
livros didáticos e paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille,
digitais em Libras, livros de histórias virtuais, livros falados; recursos
específicos como reglete, punção, soroban, guia de assinatura, material para
desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora, caderno de pauta ampliada,
mobiliários adaptados e muitos outros.
As Ajudas Técnicas e Tecnologias
Assistivas que serão utilizadas têm que partir de um estudo minucioso das
necessidades e potencialidades de cada um. Pois têm a finalidade de atender o
que é específico dos alunos com necessidades educacionais especiais, buscando
recursos e estratégias que favoreçam seu processo de aprendizagem,
habilitando-os funcionalmente na realização de tarefas escolares.
6 Metodologia
6 Metodologia
-Pessoas com deficiência auditiva;
- Pessoa com deficiência física;
- Pessoa com deficiência mental;
- Pessoa com deficiência visual;
- Pessoa com múltipla deficiência;
- Pessoa de condutas típicas;
- Pessoa com altas
habilidades/superdotados.
7 Ingresso
Para o ingresso na Sala
Multifuncional o aluno deve:
-Estar matriculado e frequentando o
Ensino Fundamental, na classe comum das séries iniciais, podendo o serviço
estender-se a alunos de escolas próximas nas quais ainda não exista esse
atendimento.
-Ter sido submetido à avaliação
psicoeducacional,realizada no contexto escolar e registrada em relatório
próprio contendo direcionamento pedagógico e indicação dos procedimentos
adequados às necessidades educacionais levantadas.
-Ter sido submetido à avaliação psicoeducacional
no contexto escolar, realizada inicialmente pelo professor da classe comum, com
apoio do professor especializado e/ou da equipe pedagógica da escola e,
complementada por psicólogo e outros profissionais(neurologista ou psiquiatra).
-Quando o aluno da Sala
Multifuncional frequentar a classe comum em outro estabelecimento, deverá
apresentar relatório da avaliação pedagógica e declaração de matrícula deste.
8 Organização
O aluno deverá ser atendido
individualmente ou em grupo de até 03 alunos segundo cronograma
preestabelecido.
O aluno deverá receber atendimento de
acordo com as suas necessidades,1 vez por semana durante 4 horas diárias.
O horário de atendimento deverá ser
em período contrário àquele em que o aluno está matriculado na classe comum.
Os grupos de alunos em atendimento
serão organizados preferencialmente por faixa etária e/ou conforme necessidades
pedagógicas semelhantes.
O cronograma de atendimento deverá Ser elaborado pelo professor da Sala Multifuncional,junto com o professor da classe comum e equipe pedagógica da escola, em consonância com a indicação dos procedimentos de intervenção pedagógica que constam no relatório da avaliação psicoeducacional realizada no contexto escolar.
O cronograma de atendimento deverá Ser elaborado pelo professor da Sala Multifuncional,junto com o professor da classe comum e equipe pedagógica da escola, em consonância com a indicação dos procedimentos de intervenção pedagógica que constam no relatório da avaliação psicoeducacional realizada no contexto escolar.
O período para o encontro entre o
professor da Sala Multifuncional, o professor da classe comum e a equipe
pedagógica da escola em que o aluno frequenta a classe comum será nas reuniões
pedagógicas.
O professor da Sala Multifuncional
deverá realizar:
-o controle de frequência dos alunos,
em formulário próprio elaborado pela escola;
-contato periódico com o professor da
classe comum, com a equipe pedagógica da escola, com a família e com os
profissionais dos atendimentos complementares(psicológicos,psiquiatras,neurologistas,
e outros)para orientação e acompanhamento do desenvolvimento do aluno;
9 Perfil do professor
O professor da sala de recursos
multifuncionais tem como atribuições:
- atuar, como docente, nas atividades
de complementação ou suplementação curricular específica que constituem o
atendimento educacional especializado dos alunos com necessidades educacionais
especiais;
- atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que
favoreçam o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao
currículo e a sua interação no grupo;
- promover as condições para a
inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em todas as
atividades da escola;
- orientar as famílias para o seu
envolvimento e a sua participação no processo educacional;
- informar a comunidade escolar
acerca da legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão
educacional;
- participar do processo de
identificação e tomada de decisões acerca do atendimento às necessidades
educacionais especiais dos alunos;
- preparar material específico para
uso dos alunos na sala de recursos;
- orientar a elaboração de materiais
didático-pedagógicos que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns
do ensino regular;
- indicar e orientar o uso de equipamentos
e materiais específicos e de outros recursos existentes na família e na
comunidade;
- articular, com gestores e
professores, para que o projeto pedagógico da instituição de ensino se organize
coletivamente numa perspectiva de educação inclusiva.
10 Sugestões de Materiais e Recursos
10 Sugestões de Materiais e Recursos
Entre a grande variedade de materiais
e recursos pedagógicos que podem ser utilizados para o trabalho na sala de
recursos multifuncionais, destacam-se:
- jogos pedagógicos que valorizam os
aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e
pensamento. Os jogos e materiais pedagógicos podem ser confeccionados pelos
professores da sala de recursos e devem obedecer a critérios de tamanho,
espessura, peso e cor, de acordo com a habilidade motora e sensorial do aluno.
São muito úteis às sucatas, folhas coloridas, fotos e gravuras, velcro, ímãs,
etc;
- jogos pedagógicos adaptados para
atender às necessidades educacionais especiais dos alunos, como aqueles
confeccionados com simbologia gráfica, utilizada nas pranchas de comunicação
correspondentes à atividade proposta pelo professor, ou ainda aqueles que têm
peças grandes, de fácil manejo, que contemplam vários temas e desafios para escrita,
cálculo, ciências, geografia, história e outros;
- livros didáticos e paradidáticos
impressos em letra ampliada, em Braille, digitais em Libras, com simbologia
gráfica e pranchas de comunicação temáticas correspondentes à atividade
proposta pelo professor; livros de histórias virtuais, livros falados, livros
de histórias adaptados com velcro e com separador de páginas, dicionário trilíngue:
Libras/ Português/Inglês e outros;
- recursos específicos como reglete,
punção, soroban, guia de assinatura, material para desenho adaptado, lupa
manual, calculadora sonora, caderno de pauta ampliada, caneta ponta porosa,
engrossadores de lápis e pincéis, suporte para livro (plano inclinado), tesoura
adaptada, softwares, brinquedos e miniaturas para o desenvolvimento da
linguagem, reconhecimento de formas e atividades de vida diária, e outros
materiais relativos ao desenvolvimento do processo educacional;
- mobiliários adaptados, tais como:
mesa com recorte, ajuste de altura e ângulo do tampo; cadeiras com ajustes para
controle de tronco e cabeça do aluno, apoio de pés, regulagem da inclinação do
assento com rodas, quando necessário; tapetes antiderrapantes para o não
descolamento das cadeiras.
11 Recursos Humanos
Considerando a diversidade do
alunado, os serviços de apoio especializados deverão oferecer atendimento
educacional com professor especializado, complementado, quando necessário, por
atendimento multiprofissional , visando atender as necessidades do professor da
equipe pedagógica, do aluno e de sua família.
12 Aspectos Pedagógicos
12 Aspectos Pedagógicos
O trabalho pedagógico deve ser
sistemático, mediante: trabalho em pequenos grupos e/ou individualizado quando
necessário, cronograma de atendimento com vistas ao progresso global, adoção de
estratégias funcionais na busca de alternativas para potencializar o cognitivo,
emocional, social, motor e / ou neurológico.
O trabalho a ser desenvolvido na sala
multifuncional deverá partir dosa interesses, necessidades e dificuldades de
aprendizagem específicos de cada aluno, oferecendo subsídios pedagógicos,
contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos na classe comum e ,
utilizando-se ainda, de metodologias e estratégias diferenciadas.
O professor da sala multifuncional
deverá apoiar e orientar o professor da classe comum quanto as adaptações
curriculares, avaliativas e metodológicas que poderão ser desenvolvidas na
d]sala de aula, a fim de um melhor atendimento aos alunos com necessidades
educativas especiais.
O trabalho desenvolvido na sala
multifuncional deve oportunizar autonomia, independência, e valorização das ideias
dos alunos, desafiando-os a empreenderem o planejamento de suas atividades.
A sala multifuncional é o local de
apoio, estimulo ao crescimento, desenvolvimento e busca do saber, não é local
para realização de atividades de reforço escolar.
A proposta pedagógica da sala
multifuncional deve levar em conta a complexidade e seriedade das necessidades
do atendimento aos alunos com doenças mentais, bem como dos aspectos referentes
á prevenção, reabilitação e a cooperação sistemática dos que intervém no
processo, tais como: o individuo, a família, a rede de serviços de saúde mental
e a comunidade.
O professor da sala multifuncional
deverá elaborar um planejamento pedagógico para cada aluno, de forma a atender
as intervenções pedagógicas sugeridas na avaliação de ingresso.
AVALIAÇÃO
O acompanhamento pedagógico do aluno
deverá ser registrado semestralmente, deverá ser registrado os avanços
acadêmicos e situações que ocorreram nesse Período.
O aluno frequentará a sala
multifuncional pelo tempo necessário para a superação das dificuldades e
obtenção de êxito no processo de aprendizagem na classe comum.
11 REFERÊNCIAS
ALVES, Denise de Oliveira. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2006.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.
FILHO, Teófilo Alves Galvão; DAMASCENO, Lucian Lopes. Tecnologias Assistivas para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, v.1, p. 25-32, ago/2006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. BRASIL. Diferentes Diferenças: Educação de qualidade para todos. São Paulo: Editora Publisher Brasil, 2006.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. 6° ed. São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia Diferenciada: Das intenções à ação. Porto Alegre. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
SIAULYS, Mara O. de Campos. Brincar para todos. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário